O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta segunda(29) o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. Fernando Azevedo pediu demissão em meio a reforma ministerial que Bolsonaro está fazendo em acordo com o Centrão, seu bloco de apoio no Congresso. A demissão de Azevedo e Silva pegou os militares de surpresa e gerou preocupação, porque a demissão levantou suspeitas de que Bolsonaro está tentando aparelhar as Forças Armadas.
Segundo o site O Antagonista, Bolsonaro vinha pedindo a demissão do comandante do Exército, general Edson Pujol, mas o ministro da Defesa resistia. Pujol criticava internamente a politização das Forças Armadas, o que desagradava Bolsonaro. O presidente exigia demonstrações públicas de apoio dos comandantes das Forças Armadas.
General Fernando Azevedo e Silva |
Bolsonaro recentemente falou em “meu exército”, o que gera preocupação com o fato de que ele esteja tentando aparelhar as Forças Armadas para ter o apoio dos militares. Bolsonaro já disse que, sem o voto impresso, a eleição de 2022 será fraudada e que teremos problemas maiores do que os que houveram na eleição americana, que resultou na invasão do capitólio por trumpistas. Em live em janeiro, ele disse: “…a gente não pode permitir que em 2022 tenhamos uma eleição aqui onde não possa ser auditada….Estão com medo? Já acertaram a fraude para 22?”, disse, segundo o site Estado de Minas.
Segundo O Antagonista, o novo ministro da defesa será o atual ministro da Casa Civil, general Braga Netto. Luiz Ramos passaria a comandar a Casa Civil e a Secretaria de Governo ficaria com um indicado pelo Centrão, provavelmente Ricardo Barros. Bolsonaro também deve mudar o comando dos ministérios do Meio Ambiente, Justiça e Segurança Pública e também da AGU. O ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo foi outro que foi demitido hoje, o Centrão vinha pedindo sua demissão, que foi precipitada após ele criticar a senadora Kátia Abreu no Twitter.