O encontro entre conselheiros de Joe Biden e o presidente Jair Bolsonaro foi ‘nonsense’ e “tenso”, é o que dizem os conselheiros do presidente americano. Segundo a BBC, o governo americano está preocupado com a democracia brasileira, embora descartem o apoio do Exército a um golpe.
Segundo reportagem da BBC, Bolsonaro fez insinuações de que as eleições americanas foram roubadas por Biden. A conversa entre Bolsonaro e o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o Assessor Especial do presidente americano Joe Biden, Juan González, ocorreu no dia 5 de agosto no Palácio do Planalto.
Bolsonaro e o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan |
“A conversa, no entanto, saiu do script normal com insinuações de Bolsonaro de que o pleito americano de 2020 havia sido roubado — o que faria de Joe Biden um presidente ilegítimo. A administração Biden sempre esteve ciente de que Bolsonaro defendia publicamente as falsas alegações de Trump sobre as eleições. O que os americanos não esperavam é que Bolsonaro dissesse tais coisas diante de Sullivan e Gonzalez, ambos altos representantes do governo a serviços dos democratas há anos.”
Sobre a possibilidade de as Forças Armadas apoiarem uma eventual tentativa de golpe de Bolsonaro, a reportagem diz que: “…a diplomacia americana não vê como provável a possibilidade de que as Forças Armadas embarquem em uma eventual aventura golpista de Bolsonaro. Reservadamente, autoridades dos EUA citaram as ações recentes do ex-comandante do Exército, o general Edson Pujol, e de seu atual líder, o general Paulo Sérgio de Oliveira, como sinais de anteparos ao presidente no uso político das forças armadas. Em discurso no dia do soldado, Oliveira afirmou que o Exército quer ser respeitado “nacional e internacionalmente” e tem “compromisso com os valores mais nobres da Pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento””.