O novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, apresentou nesta quarta(31) os novos comandantes das Forças Armadas. Os novos comandantes serão o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que comandará o Exército; o almirante Almir Garnier Santos, a Marinha; e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandará a Aeronáutica.
Os novos comandantes das Forças Armadas |
“Neste dia histórico, reforço que o maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e a liberdade de seu povo“, disse.
Disse também que o desafio atual do Brasil é a epidemia de Covid, que as Forças Armadas “são fatores de integração nacional” e que têm “contribuído diuturnamente” no transporte de equipamentos de proteção e oxigênio, na transferência de pacientes e na vacinação de indígenas.
“Militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar”, afirmou.
O novo comandante do Exército tem uma postura totalmente diferente de Pazuelo e Bolsonaro no combate à pandemia. Em entrevista ao Correio Brasiliense, ele explicou como o Exército tem combatido o vírus dentro dos quartéis:
“O Exército, por exemplo, baixou recomendações administrativas claras, com relação à prevenção mais especificamente. A partir dali, foi uma coisa muito disciplinada, no uso da máscara, no afastamento social nos refeitórios, nos dormitórios. Aí, começaram a surgir campanhas de conscientização. Os hospitais começaram a pedir sangue, e iniciamos uma campanha. Hoje, já passa de 40 mil doadores de sangue, no Exército, espalhados pelo Brasil. Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), corroboradas pelas nossas diretorias de saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis. É uma Força disciplinada.”
Ele mostrou-se preocupado com uma terceira onda de Covid:
“…temos de estar preparados no Brasil. Não podemos esmorecer. É trabalhar, melhorar a estrutura física dos nossos hospitais, ter mais leitos, recursos humanos para, se vier uma onda mais forte, a gente ter capacidade de reação.”.
Também criticou indiretamente o governo na condução da pandemia:
“O índice de letalidade é muito baixo[no Exército], menor do que na rede pública, graças a essa conscientização, essa compreensão, que é o que eu acho que, se melhorasse no Brasil, provavelmente, o número de contaminados seria bem menor.”, disse o general, segundo o Uol.
Paulo Sérgio disse também que campanhas de conscientização são uma febre no Exército e medidas de prevenção, adotadas desde a incorporação dos soldados, manteve a taxa de mortalidade em apenas 0,13%.
“Estamos com uma taxa de mortalidade de 0,13%. Ínfima, em termos de comparação com a do país.”, disse.
Segundo o Uol, o novo comandante do Exército é “muito querido pela tropa” e com ótimas relações humanas, além de ser “muito correto” e “seguidor da lei”, mas que lhe falta “traquejo político, o que poderia dificultar a sua relação com as Forças e com o governo”.
A escolha de Paulo Sérgio por Bolsonaro não seguiu o critério de escolha por antiguidade, mas o presidente não é obrigado a escolher o mais antigo. Paulo Sérgio é apenas o quinto de uma lista entregue pelos militares para a escolha do comandante do Exército.